O barro da mágoa

“Mas Esaú correu ao encontro de Jacó e abraçou-se ao seu pescoço, e o beijou. E eles choraram.” Gênesis 33.4

Como deve ter sido lindo essa imagem de reecontro de Esaú e Jacó, talvez nem os maiores e melhores cineastas conseguiriam fazer tal encontro com tanta emoção como descrita na Bíblia.
Lendo essa passagem da história de Jacó hoje e conhecendo o por quê que esse reencontro foi importante percebi que com o passar do tempo as mágoas são esquecidas.  É como aquela velha história que meus pais sempre me contam:
“Certo dia uma garotinha havia acabado de ganhar uma boneca, uma boneca de porcelana linda. Após ter brincando um pouco com ela resolveu  chamar sua grande amiga para ver sua nova boneca. Enquanto sua amiga brincava com a boneca aconteceu um acidente, e seu presente não estava assim tão mais lindo. Naturalmente a garotinha ficou com muita raiva porque perdera sua boneca mais linda, mas sua avó com sabedoria lhe disse:  não fique assim, acidentes acontecem, podemos ir na loja e comprar outra boneca para você. A garotinha então respondeu: mas vovó, eu estou muito magoada com ela, ela quebrou a minha linda boneca – então sua avó respondeu com muito amor e carinho: sua mágoa é como uma roupa manchada com barro,  enquanto o barro estiver molhado a gente não pode lavar a roupa porque ela irá sujar mais, nós só podemos limpar o barro da roupa quando ele estiver totalmente seco. Isso quer dizer que mesmo que você esteja magoada com sua amiga isso vai passar e você vai poder perdoá-la, é mais fácil comprar uma nova boneca do que perder uma amiga por algo tão pequeno.”
O barro sempre seca, a mágoa sempre vai embora em seu tempo.
É bom não cultivarmos a mágoa em nossos corações, e sim entregar todo sentimento a Deus, assim o barro da mágoa seca mais rápido e assim vamos curando o nosso coração e nos fortalecendo no AMOR que vem de Deus.
Deixo uma letra de música para a reflexão.

Sobrevivi ao temporal – Vila do Louvor
Vivi e sonhei
Acordei, Vi a ferida ali,
O buraco, o vazio
Chorei de dor, senti o frio

Caí na dura real
Não sabia se era esse o normal
Não se pode voltar tão atrás,
Cacos que não se ajuntam mais

O que senti não sei definir tão bem
Sei que muitas, muitas vezes chorei
Corri pra Deus, senti a confusão, vasculhei o coração
Deixei a raiva sair, pedi para entra o perdão

A tempestade que veio em cheio me atingiu,
Arrastou, levou muito de mim,
Mas se não fosse assim seria eu quem sou ?

Se era o mal a intenção, não destruiu meu coração
Não quero achar que é normal
Só o que sei, estou aqui,
Sobrevivi ao temporal

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